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O Pão nosso de cada dia
De tão importante, o trigo está
associado a Deméter, ou Ceres, a deusa greco-romana da agricultura,
conhecedora da arte de semear e colher a planta. De seu nome em latim vem a
palavra "cereal", planta cultivada por seus frutos ou grãos, que mais
fornecem calorias ao ser humano. Um dos segredos de Ceres era o preparo e o
armazenamento do pão. A deusa deve ter aprendido com os egípcios antigos, os
primeiros a conhecer a mágica do fermento. Mas não se limitou a copiar a
arte alheia, inventando técnicas mais incrementadas, na qual se incluíam
sementes aromáticas e outros ingredientes. Tanto que documentos atestam que,
no século 3 a.C., os gregos já tinham pelo menos 72 receitas de pão.
O sucesso do produto continuou
após a queda do Império Romano e se estendeu para os burgos medievais. Ser
padeiro, então, era um processo difícil, que exigia anos de aprendizagem e
representava uma forma de status profissional. Em períodos de fome, a chave
do celeiro era sinônimo de prestígio e poder. Não são poucas as lendas sobre
cidades sitiadas salvas por obra e graça de quem conseguia fazer pão. Não
por acaso, santa Isabel, rainha portuguesa que distribuía esse alimento aos
pobres no distante século 13, é hoje a padroeira dos padeiros.
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